Saúde

‘Atraso não altera produção, nem o programa de imunização’, diz governo de São Paulo sobre CoronaVac

Foto: AP Photo/Andre Penner

O governo de São Paulo pretendia divulgar os dados sobre a eficácia da vacina contra o coronavírus, a CoronaVac, nesta quarta-feira (23). Porém, após decisão contratual da farmacêutica chinesa SinoVac de atrasar a divulgação dos números, o resultado preciso da eficácia foi adiado para daqui 15 dias. Mesmo assim, o governo estadual garantiu que o “atraso não altera a produção, nem o programa de imunização”.

“O atrasso não altera a produção, nem o programa de imuniazção estadual. Continuamos com previsão [para vacinação] do dia 25 de janeiro. Mesmo que o prazo solicitado seja de 15 dias, há um compromisso de que no menor prazo possível teremos uma resposta para enviar à Anvisa”, declarou João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo.

O adiamento da divulgação dos dados acontece após o Sinovac Biotech pedir o envio da base de dados do Butantan para unificar e equalizar os dados com os ensaios realizados em outros países que testam o imunizante para evitar a divulgação de índices diferentes.

Durante coletiva de imprensa nesta quarta (23), o governo de estado afirmou que a CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, atingiu o “limiar de eficácia” necessária na terceira e última fase de testes clínicos, o último passo necessário para o pedido de aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ou seja, a vacina é eficaz contra a Covid-19.

O plano do governo estadual é que a vacinação comece no dia 25 de janeiro, caso o órgão federal autorize seu uso. Outros dois imunizantes, produzidos pela Pfizer e pela Moderna, tiveram eficiência superior a 90%.

O anúncio foi feito pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e pelo secretário de Saúde do estado, Jean Gorinchteyn.

“Hoje temos certeza que com os resultados que temos da Fase 3 a vacina atenderá os requistos de eficacia, quando o resultado for enviado à Anvisa. Agora é prazo. Quando solicitarmos o registro para uso emergencial e o deifinitivo, estaremos com prazo suficiente enquanto a Anvisa também terá tempo para fazer a análise para o registro definitivo”, disse Gabbardo.

CoronaVac é eficaz contra a Covid-19

Dados do governo mostram que o imunizante tem eficácia superior a 50%, mínimo exigido para a aprovação de uma vacina, e o pedido de registro à Anvisa será feito.

Os resultados serão utilizados em um pedido de registro da vacina para a NMPA (Associação Nacional de Produtos Médicos), da China. De acordo com a legislação aprovada em fevereiro por causa da Covid-19, se um fármaco for aprovado em EUA, Europa, Japão ou China, a Anvisa tem três dias para avaliá-lo. Em caso de estouro do prazo sem justificativa teórica, o fármaco é autorizado a ser utilizado no Brasil.

De acordo com dados das duas primeiras fases de testes, conduzidos na China e publicados na revista científica Lancet, a vacina tem capacidade de produzir resposta imune em 97% dos casos. Os testes foram feitos em abril e maio com 744 voluntários saudáveis de 18 a 59 anos e sem histórico de infecção pelo novo coronavírus.

FontE: Yahoo