Jair Bolsonaro (sem partido) foi eleito o corrupto do ano pelo Organized Crime and Corruption Reporting Project, projeto dedicado a denunciar casos de corrupção.
Segundo as justificativas feitas no anúncio, Bolsonaro se elegeu na esteira da Operação Lava Jato, como um candidato anticorrupção, no entanto, “Bolsonaro se rodeou de figuras corruptas, usou propaganda para promover sua agenda populista, diminuiu o sistema judiciário e criou uma guerra de destruição contra a região da Amazônia que enriqueceu alguns dos piores proprietários de terras do país”.
O projeto ainda destaca que Bolsonaro conseguiu vencer outros dois fortes candidatos, que foram finalistas do prêmio: Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Recep Erdogan, presidente da Turquia.
Entre os motivos citados para a escolha de Bolsonaro estão os casos de rachadinha, nos quais a família está envolvida, mas o principal motivo apontado pelo comitê julgador foi a hipocrisia. “A família Bolsonaro e o círculo próximo a eles parece estar envolvido em uma conspiração criminal atuante e é acusada regularmente de roubar das pessoas”, disse Drew Sullivan, editor do Organized Crime and Corruption Reporting Project.
“É a definição de organização criminosa”, definiu Sullivan, que também integrou o comitê que escolheu Bolsonaro.
Louise Shelley, diretora do Centro de Crimes Transnacionais e Corrupção da Universidade George Mason e membro do comitê de escolha, explicou que o populismo era o tema centro do ano no prêmio. “Eles (Bolsonaro, Trump e Erdogan) são todos populistas causando um grande estrago aos seus países, regiões e para o mundo. Infelizmente, são apoiados por muitos, o que é a chave do populismo”, disse.
Outros políticos importantes já venceram o prêmio, como como Nicolás Maduro em 2016 e Vladimir Putin em 2014.