A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou que recebeu, na tarde desta quarta-feira (16), a primeira parte dos resultados dos testes da fase 3 da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica Pfizer em parceira BioNTech.
A apresentação do resultado dos testes de estágio final é um dos requisitos da Anvisa para que um laboratório solicite autorização para uso emergencial de sua vacina contra a doença causada pelo novo coronavírus.
A empresa foi a segunda a entregar documentos relativos aos estudos de fase 3 à Anvisa, depois que a parceria entre a AstraZeneca e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apresentou seus dados no início deste mês.
O plano de vacinação contra a Covid-19 apresentado pelo governo nesta quarta-feira passou a incluir a aquisição da vacina CoronaVac, da chinesa Sinovac que está sendo envasada no Brasil pelo Instituto Butantan.
Além dela, também há compra de medicamentos dos laboratórios Janssen e da própria Pfizer, aumentando a estimativa de doses disponíveis para 2021 para 360,9 milhões.
De acordo com o plano do Ministério da Saúde, além das 210 milhões de doses já contratadas da AstraZeneca/Oxford e das 42,5 milhões contratadas com a Covax Facilities, mecanismo de distribuição de vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS), o governo prevê ainda as já anunciadas 70 milhões de doses da Pfizer e outras 38 milhões de doses da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson.
Nesses dois casos, de acordo com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, há memorandos de entendimento em vigor e o ministério tenta fechar os contratos em definitivo.
COMO FUNCIONA A VACINA DA PFIZER
Assim como a desenvolvida pela Moderna, o imunizante da Pfizer BioNTech usa uma tecnologia com base em RNA. O método nunca foi usado antes na produção de vacinas para humanos, mas, durante as pesquisas, está se mostrando eficiente.
Na última terça-feira, 8, o Reino Unido começou a vacinação em larga escala no país com a imunização da Pfizer. Os Estados Unidos devem dar início à imunização nos próximos dias.
O virologista Anderson Brito, pesquisador na Universidade de Yale e PhD pelo Imperial College de Londres, afirma que, ao longo do tempo, foram desenvolvidos novos métodos de imunização e a tecnologia RNA seria uma terceira geração.
As primeiras imunizações eram feitas com o vírus inativado ou enfraquecido, com várias proteínas que o vírus ativo produziria durante a infecção, mas sem capacidade de se reproduzir. Já a segunda geração simplificou o processo: as vacinas passaram a ter só proteínas ou fragmentos de proteínas dos vírus, o que já era suficiente para produzir a imunidade.
“Já as formulações de vacinas de terceira geração têm por foco fornecer não as proteínas já prontas, mas sim uma ‘receita’ para a produção de proteínas: o RNA mensageiro. Na Biologia Molecular, sabemos que ‘DNA serve de molde a produção de RNA, e o RNA serve de molde para a produção de proteína’”, explica.
Fonte: Yahoo