Saúde

SES registra primeiro caso suspeito de Monkeypox em MS

A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES), por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS/MS) e Gerência Técnica Estadual de Saúde Única informa que foi notificada pelo CIEVS do município de Corumbá de um caso suspeito para Monkeypox (conhecida como varíola dos macacos). Trata-se de um adolescente, de 16 anos, residente em Porto Quijarro, na Bolívia. O jovem procurou atendimento médico no município de Corumbá, onde está internado e isolado.

O adolescente esteve no dia 26 de abril, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde passou por uma consulta com um médico neurologista. O paciente fez uso do medicamento carbamazepina e, desde então, relata que após quatro dias da troca de marca do medicamento, iniciou lesões avermelhadas/arroxeadas e lesões nos membros superiores evoluindo com disseminação para tronco e membros inferiores acometendo a boca e a região genital. Outras lesões inflamadas foram detectadas no couro cabeludo e tórax, além de febre (38,5ºC), ínguas na cervical, axilar e virilha.

O paciente chegou até Corumbá, no dia 29 de maio, e passou por atendimento no Pronto Socorro ficando em isolamento. No dia 30 de maio, foi encaminhado e internado na Santa Casa. Em conversa com sua mãe, a mesma relatou que não tiveram contato com nenhum indivíduo com sintomas semelhantes quando foram a Santa Cruz de La Sierra e que mesmo a sala de espera do médico estando cheia, não havia ninguém com os sintomas citados. Neste mesmo dia, o paciente começou a apresentar manchas avermelhadas pelo corpo, havendo rupturas de lesões na região peniana, mãos e pés.

A Secretaria de Estado de Saúde informa que foram solicitados diversos exames para prosseguimento à investigação do caso. E ressalta que é fundamental a realização de investigação clínica e/ou laboratorial no intuito de descartar as doenças que se enquadram como diagnóstico diferencial, dentre elas, varicela, herpes zoster, sarampo, zika, dengue, Chikungunya, herpes simples, infecções bacterianas da pele, infecção gonocócica disseminada, sífilis primária ou secundária, cancroide, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco contagioso (poxvirus), reação alérgica (como a plantas).

Diante do surgimento do cenário da Monkeypox no mundo, o Ministério da Saúde já havia emitido Comunicação de Risco para a rede CIEVS no país, incluindo o CIEVS Mato Grosso do Sul. O caso suspeito foi notificado ao CIEVS Nacional pelo CIEVS-MS e Gerência Técnica Estadual de Saúde Única de Mato Grosso do Sul sendo uma ferramenta importante para que todo sistema de vigilância fique alerta e execute ações oportunas em caso de aparecimento de casos suspeitos.

Como medidas de prevenção à doença, o Ministério da Saúde e a SES/MS recomendam uso de máscara facial e lavagem das mãos.

Sobre a doença

Doença provoca lesões na pele (foto CDC-Brian W.J. Mahy-Agência Brasil)

A Monkeypox (varíola dos macacos) é uma doença causada pelo Monkeypox virus. O nome deriva da espécie em que a doença foi inicialmente descrita em 1958. Trata-se de uma doença zoonótica viral, em que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animal ou humano infectado ou com material corporal humano contendo o vírus. Apesar do nome, os primatas não humanos não são reservatórios do vírus da varíola dos macacos. Embora o reservatório seja desconhecido, os principais candidatos são pequenos roedores (p.ex., esquilos) das florestas tropicais da África, principalmente na África Ocidental e Central.

O Monkeypox é comumente encontrado na África Central e Ocidental, nos locais de florestas tropicais onde vivem animais que podem carregar o vírus. Pessoas com Monkeypox são ocasionalmente identificadas em países fora da África Central e Ocidental, normalmente relacionados a viagens para regiões onde a varíola dos macacos é endêmica.

A transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados. Transmissão via gotículas respiratórias usualmente requer contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas, o que torna trabalhadores da saúde, membros da família e outros contactantes pessoas com maior risco de contaminação. O vírus também pode infectar as pessoas por meio de fluidos corporais.

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos aumentados de tamanho, calafrios e exaustão. A erupção geralmente se desenvolve pelo rosto e depois se espalha para outras partes do corpo, incluindo os órgãos genitais. Os casos recentemente detectados relataram uma preponderância de lesões na área genital. A erupção passa por diferentes estágios e pode se parecer com varicela ou sífilis, antes de finalmente formar uma crosta, que depois cai. A diferença na aparência Antecedentes da varicela ou da sífilis é a evolução uniforme das lesões. O período de incubação é tipicamente de 6 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. Quando a crosta desaparece, a pessoa deixa de infectar outras pessoas.


Foto do destaque: Arquivo